
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico, manifestando-se de diversas formas e intensidades desde os primeiros anos de vida. Falar sobre autismo é essencial para construir uma sociedade mais empática, informada e preparada para acolher a diversidade.
No dia 2 de abril, celebra-se o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, uma data que busca promover a compreensão e a empatia em relação às pessoas no espectro autista. O autismo tem se tornado uma preocupação crescente em todo o mundo, com um aumento significativo de casos que desafia autoridades de saúde, escolas e famílias. Essa “epidemia” de autismo exige atenção e ação coordenada para garantir que as crianças e suas famílias recebam o suporte necessário.
O que é o TEA e como ele se manifesta?
O autismo é um espectro, pois varia muito entre os indivíduos. Alguns sinais costumam aparecer por volta dos dois anos de idade e incluem dificuldade em manter contato visual, atraso na fala ou uso de linguagem repetitiva, movimentos repetitivos (como balançar o corpo ou bater as mãos), hipersensibilidade a estímulos e dificuldades em interações sociais. Cada criança com autismo é única, com suas próprias características e desafios.
Causas Multifatoriais do Autismo

As causas do autismo são complexas e multifatoriais. Além dos fatores genéticos e neurológicos, há uma crescente preocupação com os fatores ambientais. Entre eles, a exposição a micropartículas e nanopartículas de plástico, como o bisfenol, pode desempenhar um papel. O bisfenol é liberado quando o plástico é aquecido, como no uso de recipientes plásticos para alimentos e bebidas. Esse composto pode ser absorvido pelo corpo e, potencialmente, afetar o sistema nervoso.
Além disso, a poluição atmosférica, o consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em agrotóxicos, e a exposição a uma vida desregulada, com excesso de mídia e estresse, são fatores que podem impactar o desenvolvimento neurológico. Esses elementos contribuem para alterações no microbioma intestinal, a chamada “segunda barreira” do corpo. O intestino, muitas vezes referido como nosso “segundo cérebro”, desempenha um papel crucial na saúde geral, e alterações no microbioma (flora intestinal )podem influenciar o desenvolvimento neurológico.
A Importância da Intervenção Precoce

Intervenções precoces são essenciais, pois o cérebro da criança possui uma alta plasticidade nos primeiros anos de vida. Trabalhar com as relações iniciais entre pais e bebês pode modificar positivamente o desenvolvimento da criança, ajudando-a a alcançar conquistas significativas em áreas como linguagem, interação social e cognição.
O Papel da Homeopatia no Tratamento do Autismo
Sabemos que o tratamento do autismo é multidisciplinar, incluindo terapia ocupacional, psicólogo, fisioterapeuta, pediatra, neuropediatra ou psiquiatra,, educadore e homeopata.
A homeopatia tem demonstrado resultados excelentes como tratamento adjuvante para o autismo, em conjunto com a equipe multidisciplinar. Os bons resultados se devem ao fato de que a homeopatia trata cada pessoa como única. O autismo se manifesta de maneira diferente em cada indivíduo, e a homeopatia aborda essa singularidade, tratando a totalidade sintomática do paciente. Isso significa que a criança é vista em sua individualidade, promovendo um desenvolvimento global e equilibrado.
A homeopatia considera o indivíduo como um todo, e essa abordagem holística contribui para os resultados positivos observados em muitas crianças com autismo. Ao tratar não apenas os sintomas, mas o conjunto de características físicas, emocionais e comportamentais, a homeopatia auxilia no equilíbrio do organismo e no bem-estar geral da criança.
Além do Cognitivo: O Cuidado Emocional
O desenvolvimento cognitivo está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento psíquico e emocional. Cuidar de uma criança com autismo não deve se limitar à modificação de comportamentos, mas sim considerar quem ela é, o que sente e como percebe o mundo. Cada criança tem um universo interno único, e o cuidado deve ser construído com base nessa singularidade.
Mais do que Tratar: Acolher, Respeitar, Incluir
Compreender o autismo é uma responsabilidade coletiva. A criança com autismo não precisa ser “consertada”, mas sim compreendida e apoiada para que desenvolva seu potencial em um ambiente que respeite suas diferenças. Com informação, empatia e apoio adequado, caminhamos para um mundo mais justo, inclusivo e humano para todas as crianças.
Sobre a autora
Dra. Ana Lucia Pachelli
Formada pela Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, possui residência médica em pediatria e pneumologia pediátrica. É especialista reconhecida pela Sociedade Brasileira de Pediatria e membro ativo do Comitê de Pneumologia Pediátrica, bem como do grupo de combate ao tabagismo e drogas da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Atualmente, exerce a função de Coordenadora Científica na APH Jovem.
As informações apresentadas neste artigo têm caráter exclusivamente científico e educacional. Seu conteúdo não substitui, em nenhuma hipótese, a consulta médica ou o acompanhamento por profissional habilitado. O tratamento homeopático deve ser conduzido por médico devidamente registrado e com formação específica na área. Este artigo foi elaborado em conformidade com as normas éticas que regem o exercício da Medicina no Brasil, respeitando a legislação vigente e os princípios do Código de Ética Médica.