A febre é o grande tema da pediatria e é apresentada como benéfica pelos livros de imunologia, patologia, biologia, artigos científicos e diretrizes das sociedades de pediatria, porém, mesmo assim, ainda persiste a cultura de se combater toda e qualquer febre que surge. Esse contrassenso prontamente causa um espanto ao médico que segue as melhores evidências e os manuais científicos das especialidades médicas, e vivencia o abismo entre o que está nos livros e publicações médicas e o que é feito na prática, no dia a dia, em relação ao tratamento do paciente com febre.

Por mais robustas que sejam as evidências científicas dos benefícios da febre, por mais racional que seja deixar a criança fazer febre ao invés de combatê-la com antitérmicos, médicos continuam com o prejudicial hábito de se suprimir a febre de forma generalizada, e é justamente esse ponto que será debatida nesta live: embasado em fatos concretos vamos descortinar os mitos e trazer à tona a verdade para você tratar daqui pra frente a febre sem medo e saber como conduzi-la de acordo com as melhores evidências científicas da atualidade. Portanto, clamo a todos vocês, a mudarmos este cenário estarrecedor que considera a febre como inimiga, para elevarmos a cultura de cuidados do paciente a outro patamar de qualidade, com uma prática médica no tratamento da febre baseada no pensamento crítico e científico, na qual a racionalidade, e não o medo, esteja invariavelmente presente como premissa fundamental, e a imunidade, assim como a fisiologia da criança com febre, sejam respeitadas a fim de que tenhamos crianças mais saudáveis, menos infecções de repetição, e um uso mais racional dos recursos terapêuticos disponíveis.